O Principezinho

   
Dedicatória:
O autor dedica a obra a Léon Werth por ser o seu melhor amigo; por perceber tudo, por morar em França, na miséria, precisando de ser consolado; e, finalmente, porque ele também já foi criança.

Capítulo I:
O narrador começa a narrativa com uma referência à sua infância: aos 6 anos, sofre uma desilusão face à incompreensão que as pessoas grandes, pela sua sensatez e falta de imaginação, mostravam em relação aos seus desenhos. Acrescenta que desistiu, por isso, de uma carreira de pintor para optar por uma de aviador, sublinhando que os conhecimentos adquiridos ao longo da vida lhe eram úteis à profissão.

Capítulo II:
O narrador conta que viveu sozinho e incompreendido até que, 6 anos antes, teve uma avaria no avião e foi forçado a aterrar no Deserto do Saara. Quando amanheceu, foi acordado pela voz do Principezinho, que lhe pedia para desenhar uma ovelha. Ele fez-lhe o seu desenho nº1 (a jibóia fechada), que o menino compreendeu perfeitamente, e, após três tentativas falhadas, desenhou-lhe uma caixa onde, imaginariamente, estaria a ovelha.

Capítulo III:
Neste capítulo, são-nos dados alguns elementos sobre o local de origem do Principezinho: é um planeta muito longe da Terra e muito pequeno. Percebemos, ainda, que o menino é falador, curioso, brincalhão, criativo e maçador.

Capítulo IV:
Neste capítulo, o narrador identifica o planeta do Principezinho como sendo o asteróide B612, descoberto por um turco que não foi levado a sério da primeira vez que comunicou a sua descoberta, devido à sua aparência física. Numa segunda comunicação, vestido normalmente, foi aplaudido por todos, atitude de que o narrador se serve para, mais uma vez, criticar os adultos. moral: não julgar as pessoas pela sua aparência.

Capítulo V:
No 3º dia, o narrador toma conhecimento do drama dos embondeiros - árvores de grande porte que invadiam o sítio do Principezinho.

Capítulo VI:
Na manhã do 4ª dia, o Principezinho revelou ao narrador o seu apreço pelo pôr-do-sol, única distracção do seu planeta, o que revela a pequenez do mesmo.

Capítulo VII:
Passa-se no 5º dia e apresenta o primeiro desentendimento entre o Principezinho e o narrador, devido ao desinteresse deste último relativamente à guerra entre ovelhas e flores. Ficamos, também, a conhecer, mais uma característica do sítio do Principezinho: a existência de uma flor única.
Desconcertado com a sua indiferença relativamente aos interesses do menino, o narrador propõe-se desenhar um açaimo para a ovelha e uma armadura para a flor.
emotividade: utilizam-se reticências, repetições e frases mais curtas e pausadas.

Capítulo VIII:
O narrador faz a descrição da aparição miraculosa da flor no sítio do Principezinho, caracterizando-a como bonita, caprichosa, imodesta, complicada, fingida, manipuladora, aborrecida e mentirosa, mas enternecedora. O menino lamenta a sua fuga do planeta  a incompreensão quanto às palavras da flor, deixando uma mensagem: as aparências iludem.

Capítulo IX:
Descrevem-se, neste capítulo, os últimos preparativos para a viagem do Principezinho do seu sítio: limpá-lo, varrer os vulcões, arrancar os embondeiros e regar a planta. O menino despede-se dela e esta confessa-lhe que gostava muito dele e pede desculpa pelos seus caprichos.

Capítulo X:
Relata-se a viagem do Principezinho, na qual ele visita o asteróide 325, habitado por uma única pessoa, o rei, que fala com o menino sobre as ordens sensatas que dava e o facto de basear a sua autoridade na razão. Termina com a observação do Principezinho sobre as pessoa grandes serem esquisitas.

Capítulo XI:
O segundo asteróide que ele visitou tinha o número 326. Morava lá um presunçoso que, quando viu o Principezinho, ficou muito contente por ter mais alguém para o admirar. O menino, farto de lhe bater palmas e sem compreender o interesse do presunçoso em ser admirado, partiu, pensando para si em como as pessoas grandes são esquisitas.

Capítulo XII:
Depois, visitou o asteróide 327, habitado por um bêbedo. Em algumas perguntas, o menino percebeu que aquele homem bebia para esquecer a vergonha de beber. O Principezinho, perplexo, foi-se embora.

Capítulo XIII:
O asteróide seguinte, número 328, pertencia a um homem de negócios. Ele estava muito atarefado e achava-se muito sério, mas o Principezinho nunca renunciava às suas perguntas, pelo que o homem foi obrigado a explicar-lhe que estava a contar as estrelas que lhe pertenciam porque ele tinha sido o primeiro a lembrar-se de possuir estrelas. Com elas, ele ficava rico, o que lhe permitia comprar mais estrelas. O menino, espantado, achou que ele raciocinava como o bêbedo e que as pessoas grandes eram extraordinárias.

Capítulo XIV:
O quinto asteróide (número 329) era  o mais pequeno de todos e quase não havia espaço para mais nada senão um candeeiro e um acendedor de candeeiros. O Principezinho pensou que, embora o homem fosse absurdo, pelo menos o seu trabalho tinha sentido: era um ocupação muito bonita.
O acendedor de candeeiros disse ao menino que lhe era ordenado que o ligasse à noite e desligasse de manhã. O asteróide girava tão depressa que os dias passavam muito rapidamente.
O Principezinho abandonou o sítio com pena, pois aquele homem poderia ter sido seu amigo, se o seu planeta fosse maior.

Capítulo XV:
O asteróide número 330 era muito maior e vivia lá um geógrafo. O menino, curioso para saber como era aquele asteróide, ficou decepcionado por concluir que o geógrafo não lhe sabia responder. Explicou-lhe que necessitava de exploradores e apercebendo-se de que o Principezinho era um, fez-lhe muitas perguntas sobre o sítio dele. Quando este mencionou a sua flor, o geógrafo explicou-lhe que ela era efémera (sujeita a desaparecer em breve).
 Termina com o geógrafo a aconselhar o menino a visitar a Terra.

Capítulo XVI:
Neste capítulo, o narrador descreve o planeta Terra, referindo o número de reis, de geógrafos, de homens de negócios, de bêbedos e de presunçosos, ou seja, o número de pessoas crescidas. Conta, também, o número de acendedores de candeeiros antes da electricidade, falando da ordem pela qual os acendiam.

Capítulo XVII:
Neste capítulo, o narrador admite não ter sido honesto ao falar dos acendedores de candeeiros, mas revela que os homens cabem todos na mais pequena ilha do Oceano Pacífico.
Uma vez na Terra, o Principezinho travou conhecimento com uma serpente, que lhe disse que estava no deserto, em África. O menino sentia-se só e a serpente disse-lhe que, mesmo entre os homens, se estava só. A serpente disse-lhe que o podia devolver à terra de onde tinha vindo e o Principezinho compreendeu tudo.

Capítulo XVIII:
O Principezinho encontra uma flor que lhe diz que os homens eram seis ou sete e nunca se sabia onde estavam.

Capítulo XIX:
Neste capítulo, o Principezinho sobe a uma montanha muito alta e avistou muitos penhasco pontiagudos. Falou, mas apenas lhe respondeu o eco. O menino achou o planeta esquisito, pois os homens não tinham imaginação e repetiam o que lhes era dito e porque era muito seco e pontiagudo.

Capítulo XX:
O menino acaba por descobrir uma estrada que foi dar a um jardim de rosas. Ficou muito infeliz, pois a sua flor, que se tinha afirmado única no Universo, era exactamente igual àquelas rosas. Deitado na relva, chorou.

Capítulo XXI:
Neste capítulo, o Principezinho conhece a raposa. O menino queria tornar-se amigo dela, mas ela decidiu que primeiro ele teria que cativá-la, ou seja, criar laços com ela. A raposa contou-lhe que a sua vida era muito monótona: ela caçava galinhas e os homens caçavam-na a ela. Necessitava, portanto, que ele a cativasse. E ele assim o fez.
Contudo, o Principezinho teve que partir. A raposa ficou triste, mas disse-lhe que tinha ganho muito com aquela amizade. Antes de partir, ela disse-lhe que voltasse a visitar as rosas, para ela lhe revelar um segredo. Ao falar com as rosas, ele percebeu que a sua flor era de facto única no mundo, pois era a sua rosa. Quando voltou para junto da raposa, ela contou-lhe o seu segredo: l'essentiel est invisible pour les yeux (o essencial é invisível aos olhos). Acrescentou que foi o tempo que o menino perdeu com a sua rosa que a fazia especial e que ele se tinha tornado responsável por ela.

Capítulo XXII:
O Principezinho conhece o agulheiro, cuja função é dar a partida aos comboios que levam mil passageiros. Este homem diz-lhe que os homens não sabem o que procuram e que nunca estão satisfeitos onde estão. O menino responde-lhe que só as crianças sabem o que procuram.

Capítulo XXIII:
O Principezinho conhece um comerciante que vendia comprimidos para matar a sede. Ele explica ao menino que tomar os comprimidos poupam 53 minutos a cada pessoa. Na opinião do Principezinho, esses 53 minutos podiam ser usados para ir até uma fonte e beber água verdadeira.

Capítulo XXIV:
No oitavo dia, o narrador acabou de beber a sua provisão de água. O Principezinho sugeriu que partissem em busca de um poço, pois a água também podia ser boa para o coração. Cansados, os dois companheiros param e sentam-se na areia, contemplando o deserto e as estrelas e comentado que o que causava a sua beleza era invisível (l'essentiel est invisible pour les yeux). O menino adormeceu, mas o narrador encontrou o poço ao amanhecer.

Capítulo XXV:
O poço a que tinham chegado não era como os outros poços da região. O menino pediu ao narrador que lhe desse de beber, pois tinha sede dessa água, e ele percebeu o que o Principezinho procurava. O menino disse ao narrador que os homens não sabiam o que procuravam e perdiam o seu tempo com coisas inúteis quando bastava uma rosa ou um pouco de água para o encontrarem. O Principezinho aproveita a oportunidade para recordar o aviador da sua promessa de desenhar um açaimo para a ovelha e ri-se dos seus esboços de desenho. O narrador rabiscou o açaimo e o menino confessou-lhe que faria, no dia seguinte, um ano da sua queda na Terra.
Despediram-se e o Principezinho disse-lhe que esperaria ali por ele.


Capítulo XXVI:
Ao lado do poço havia um  muro onde o Principezinho estava sentado, no dia seguinte, quando o narrador voltou do seu trabalho no avião. O menino estava a falar com uma serpente, perguntando-lhe se o seu veneno não o faria sofrer por muito tempo.
O narrador, sobressaltado, correu para ele e a serpente fugiu. O rapaz congratulou-o por ter arranjado a sua máquina, e o amigo ficou espantado porque não lhe havia contado que conseguira acabar o trabalho. Acrescentou que ele também regressaria a casa naquele dia mas que essa era uma boa notícia, pois eles seriam amigos para sempre. Pediu-lhe que não fosse com ele naquela noite, pois ele pareceria estar a morrer, assim que o veneno da serpente o atingisse.
O narrador não segui o conselho e foi com ele. o Principezinho explicou-lhe que não podia levar aquele corpo, mas que iria apenas regressar ao seu sítio, pois a sua flor precisava dele. Houve um clarão amarelo e ele caiu devagar.

Capítulo XVII:
O narrador conta que, ao regressar, atribuíra o seu ar triste ao cansaço, mas que naquele momento, passados 6 anos, já quase se tinha conformado. Ao nascer do dia não tinha encontrado o corpo. Como se tinha esquecido de juntar a correia de couro ao açaimo, ainda perguntava a si próprio o que teria acontecido e pede aos leitores que façam o mesmo. Termina, pedindo aos leitores que, caso vão a África, procurem a paisagem ilustrada, tentem encontrar o Principezinho e escrevam imediatamente para lhe comunicar a descoberta.