domingo, 28 de setembro de 2008

Mare Liberum e capitalismo comercial

   
   O tratado de Tordesilhas, assinado em 1494, impunha a política do Mare Clausum, que dava aos países Ibéricos o poder de decidir quem por lá podia navegar, mas no século XVII, este domínio é questionado e a política de Hugo Grócio (advogado holandês), Mare Liberum, dá permissão a todos os povos para navegar nos mares, dando oportunidade aos países do Norte da Europa para participarem no comércio marítimo.
Emergem, deste modo, duas novas potências: Holanda e Inglaterra.
  • Holanda. Consegue independência face à Espanha e implanta uma República que assenta sobre o princípio da tolerância política e religiosa (toda a gente era aceite, incluindo aqueles que eram expulsos dos outros países por terem ideias/religiões diferentes). Uma vez que a Burguesia era a classe social mais importante, cria companhias de comércio com poderosas frotas mercantes.
  • Inglaterra. Derrota a Espanha (Invencível Armada), a Holanda e a França (na Guerra dos 7 anos) e, devido à sua Burguesia activa e empreendedora, cria companhias de comércio, passando a dominar, graças ao Mare Liberum, o comércio de escravos. Publica ainda o Acto de Navegação, que visa: desenvolver a construção naval, acabar com a concorrência estrangeira e tornar a Inglaterra rainha dos mares.
   Neste período, nasce, deste modo, o capitalismo comercial, assente sobre três bases: companhias de comércio, bancos e bolsas de valores
  • As companhias de comércio eram compostas por acções, compradas por pessoas anónimas que formavam uma sociedade (também anónima). Pertencer a uma companhia do comércio trazia privilégios, como, por exemplo, o monopólio comercial do lugar a que se destinava a Companhia (a Companhia das Índias orientais dominava o comércio do Oriente, e por ai fora).
  • Os bancos eram instituições financeiras onde se realizam operações, tais como: depósito e levantamento de bens, câmbio (de moedas), empréstimos, etc.
  • As bolsas de valores são praças onde se vendem e compram acções.

Sem comentários:

Enviar um comentário