quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Os primeiros passos dos Descobrimentos

 
   No século XV, Portugal iniciou um movimento de expansão, graças às classes sociais mais ricas do reino...
  • A burguesia e parte da nobreza queriam ter acesso a mercadorias caras e muito procuradas na Europa (ouro africano, às especiarias, ao açúcar e às plantas tintureiras) e a fontes de abastecimento de escravos e regiões produtoras de cereais. Por outro lado, a nobreza também queria alargar os seus domínios senhoriais e obter novos escravos. 
  • O clero considerava sua obrigação combater os infiéis e expandir a fé cristã.
... mas também porque este país reunia as condições necessárias para que se partisse à descoberta de novos territórios:
  • Condições geográficas: Portugal tem uma grande extensão de costa, pelo que os marinheiros portugueses são experientes. Também é um país próximo da costa de África e doa arquipélagos atlânticos.
  • Condições políticas: Portugal era um dos pouquíssimos países que estavam em paz no início do século XV. Em 1411, a paz tinha sido assinada com Castela.
  • Condições técnicas e científicas: os portugueses tinham muitos conhecimentos e técnicas, tendo dominado o uso da bússola, do astrolábio, do quadrante, etc.A caravela, uma embarcação com leme fixo à popa e velas triangulares que permitiam à embarcação navegar com ventos contrários, foi aperfeiçoada pelos portugueses.
   O primeiro alvo de D. João I, então rei de Portugal, foi Ceuta, uma cidade localizada à entrada do mar Mediterrâneo (uma posição perfeita para controlar o comércio da região e a entrada e saída de navios), numa região produtora de cereais. Sendo ocupada por mouros, Ceuta era o local de confluência de diversas rotas, tanto de especiarias como de ouro, pelo que, através da sua dominação, Portugal procurava enfraquecer os mouros e expandir a fé cristã. A conquista, porém, relevou-se dispensável, visto que os comerciantes se limitaram a desviar os seus produtos para uma outra localidade, destituindo Ceuta do seu estatuto de cidade economicamente próspera.
   Pressionado pelos nobres, também Afonso V organizou várias expedições militares ao Norte de África, conquistando várias cidades aos mouros.
   A expansão marítima foi deixada à iniciativa particular e, em 1469, o comércio africano foi arrendado a um mercador rico de Lisboa, Fernão Gomes. Segundo os termos do acordo, Fernão Gomes deveria descobrir cem léguas da costa africana, por ano. Como resultado deste arrendamento, foi explorado todo o golfo da Guiné, incluindo a costa da Mina, onde existia ouro em abundância. Foram também descobertas as ilhas de São Tomé, Príncipe, Fernando Pó e Ano Bom.
   Os arquipélagos atlânticos em que os portugueses ancoraram — Madeira, Açores, S. Tomé e Príncipe e Cabo Verde — foram colonizados através da criação de capitanias, mas, enquanto os primeiros tinham, principalmente, a função de apoio à navegação, os últimos dois eram cruciais no tráfico de escravos.

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